Os cuidados financeiros que envolvem uma mudança internacional
são importantíssimos. E se for para Argentina ainda mais. Antes de embarcar tive o cuidado de ir ao meu
banco checar que operações poderia fazer com meu cartão e os custos. Sacar
dinheiro tudo bem, sem problemas. Se paga uma taxa bancária pequena, o IOF e
faz-se o câmbio de reais para pesos. Para depositar é mais complicado e não
vale muito a pena porque a taxa para cada operação dessas, que se faz nas casas
de câmbio, supera R$ 100,00 por depósito.

Ainda assim, no seu banco brasileiro, certifique-se que seu
cartão está desbloqueado para operações internacionais porque você pode
precisar. Eu me certifiquei e mesmo assim tive problemas. Até você ter sua
situação regularizada no novo país demora coisa de duas a três semanas e antes
disso você não poderá ter cheques nem cartões de crédito locais e precisará de
sua conta bancária e créditos brasileiros. Então não cancele nada e saiba que ainda assim passará por
alguns apertos financeiros. Eu passei. E foi logo na nossa primeira semana em
Buenos Aires, que é para dar aquela emoção.
Nossa reserva de pesos estava no fim e sem a situação
bancária ainda regularizada, sem ter como sacar os dólares para cambiar, sem
créditos no cartão internacional – pois usamos os limites para pagar excessos
de bagagens e outras despesas com a mudança – quase tivemos que vender o almoço
para pagar a janta. No dia do aniversário de nossa filha, não tínhamos dinheiro
para fazer nada. Senti-me uma indigente pela primeira vez na vida.
Era um sábado, sem bancos abertos, e andei Buenos Aires
inteira atrás de um caixa eletrônico do Itaú onde eu conseguisse sacar algum
dinheiro (o Itaú daqui é outro banco independente do que existe no Brasil).
Achei vários e todos davam a mesma mensagem: operação rechaçada. Meu cartão não
funcionava, nem o do meu marido. Enfim, estávamos no pior dos mundos. Dividimos um sanduíche em quatro de lanche, com medo de o dinheiro não dar para voltar para casa.

Pela internet, consegui carrega-lo e no dia seguinte fizemos
o saque. No câmbio oficial, perdendo dinheiro, mas pelo menos garantimos o
domingo e podemos, enfim, comemorar o aniversário da Camila. No primeiro dia
útil que tivemos, fomos direto resolver as pendências da conta
internacional. Depois de uma tarde
perdida em questões burocráticas e com um punhado de dólares nas mãos, jurei a
mim mesma e na frente da Casa Rosada: “nunca mais passarei fome na vida novamente”!
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