quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Cães, uma paixão argentina

Pingo e Ringo no banho de sol matinal na varanda
Vida de cachorro em Buenos Aires não é nada mal. Os argentinos realmente gostam de “perros”. E os meus salsichas (‘xauxixas’, como eles falam por aqui) foram muito bem recebidos. Com destaque para o Ringo, que é um verdadeiro sucesso por onde quer que passe. Não tem quem não diga “que raro. É bicolor!”.

Cachorro aqui pode tudo. Frequentam livremente os bares e cafés que têm mesas ao ar livre, andam soltos pelas praças, parques, calçadas! E quase não vejo cães de rua, praticamente todos têm identificação. O lado ruim é que também fazem suas necessidades em qualquer lugar e a maioria não tem a preocupação de recolher a caca e, vez por outra, sobra alguma na calçada.

É comum ver passeadores profissionais caminhando com sete, oito cães, de todo tipo de raça - as grandes são mais comuns. E Pingo e Ringo rapidamente se sentiram em casa. Fizeram uma amizade sincera com a cachorrinha da proprietária do imóvel e, com isso, são frequentemente convidados a ficarem no jardim de sua casa. A proprietária também me informou que é importante identificá-los e que eu tivesse cuidado porque está tendo casos de roubo de cães.

Os parques aqui são uma dádiva para os perros. Eles têm espaço de sobra para correr, brincar e socializarem. Do lado do meu apartamento tem dois grandes e lindos, com muitos, muitos, cachorros sempre. E tem também uma praça pequena e linda, com chafarizes, que fazem a festa da cachorrada no verão. Eles entram, tomam banho, bebem água e ninguém olha torto. Mas não existe perigo dos meus dachs entrarem espontaneamente na água. Fiz a experiência e eles ficaram paralisados.

Camila, minha filha, editou um vídeo de alguns momentos deles aqui em Buenos Aires e vejam como os cães locais são 'calientes' e amistosos.

Cuidados para a viagem

Não tivemos problemas em trazê-los. O mais difícil é alugar apartamentos por temporada que os aceitem. Eu consegui negociando diretamente com a proprietária. Não existe qualquer tipo de exigência do governo argentino quanto a quarentenas, como ocorre em outros países. Mas para quem vai de mudança com seu cãozinho é preciso ter alguns cuidados:
  • a vacina de raiva tem que ser dada com 30 dias de antecedência do embarque;
  • é preciso informar à companhia aérea que você vai embarcar com o seu animal e fazer uma reserva. Faça isso assim que marcar sua passagem.
  • com a vacina em dia, já próximo do dia da viagem, solicite do seu veterinário o atestado de saúde o bichinho. No máximo com cinco dias de antecedência.
  • de posse desse atestado, 72h antes do voo, vá até a agência do Ministério da Agricultura com o atestado e as carteiras de vacina e solicite o Certificado Zoossanitário Internacional – CZI. Não precisa levar o cachorro junto. Antes verifique os horários de funcionamento da agência porque sabe como é, né... Eu me certifiquei e mesmo assim quase tive problemas. Por falta de funcionários, eles mudaram o horário de atendimento e, por conta disso, quase não consegui retirar o documento. Precisou rolar um estresse básico.
No embarque, meus cachorros foram como carga viva, mas se seu bichinho pesar até 9kg (se não me engano) ele pode ir com você a bordo, em bolsas apropriadas, claro. Como carga viva, eles foram nas casinhas de viagem. Importante: a casinha precisa ser de um tamanho que permita o cão ficar em pé e dar uma volta completa.

No meu caso, como fizemos conexão em São Paulo e só iriamos voltar a vê-los em Buenos Aires, deixei para embarca-los poucos minutos antes do horário previsto. Claro que o check-in foi feito com bastante antecedência. Aliás, para embarcar com animais, vá com uma hora mais de antecedência do que o normal. No meu caso, como se tratava de um voo internacional, foram três horas de antecedência.

Dê água e faça que seu bichinho se alivie antes do embarque. Não dê comida para que não corra o risco de passar mal. Foi assim que deu tudo certo com os meus. Chegaram bem e, como puderam ver no vídeo, com saúde.

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