segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Desejos e expectativas

Não tem jeito, final do ano sempre é carregado de muitas expectativas e ansiedade. A não ser para aqueles que realmente acreditavam que o dia 21 de dezembro seria o fim do mundo, a maioria pensa realmente que pode fazer algo diferente no Ano Novo. Por mais que a razão nos diga que será apenas mais um dia atrás do outro, no dia 31 do último mês do calendário há sempre aquela promessa pendente, aquele desejo não realizado ainda pulsante ou uma agenda de compromissos particular e muito íntima para cumprir. Afinal, precisamos de um pretexto para renovar nossas esperanças, zerar a contagem e reiniciar o jogo.

Agora imagine a minha avalanche de expectativas para 2013, considerando que estou de mudança para uma nova casa, uma nova cidade, um novo país. Não há como não pensar que finalmente poderei fazer aquele mestrado tantas vezes adiado, que aprenderei espanhol de verdade, quem sabe até conseguir uns freelas para umas revistas bacanas de viagem. São tantos planos que, por vezes, me sinto inerte, sem saber por onde começar. E janeiro já bate a minha porta.

Já estive em Buenos Aires uma vez, a passeio. Gostei do pouco que vi e experimentei. Mas de lá para cá já se foram três anos. A crise na Argentina se agravou e tudo muda quando a viagem deixa de ser turismo e o que está por vir também envolve o futuro de seus filhos. As opiniões sobre a cidade têm sido contraditórias: já escutei que BAires continua linda e já ouvi dizer que está suja e cheia de mendigos. Tem gente que achou caríssima e outras acharam que para os brasileiros está valendo a pena. A unanimidade é que os vinhos e as carnes continuam ótimos e que a velha rivalidade entre brasileiros e argentinos também não mudou.

Brasileiro, de uma maneira geral, acha argentino prepotente, grosseiro e outros adjetivos nada nobres. Não tem importância. A recíproca parece ser semelhante. O problema é que esses preconceitos não podem contaminar seu juízo de valor. É muito ruim chegar para uma nova vida cheia de defesas.  E por favor, nada de comparações.

Como o ano de 2013 foi muito bom para mim e minha família, a gente já entra no Ano Novo com o nível de exigência muito elevado, o que não é bom. É preciso ter consciência que uma experiência no exterior significa sair totalmente de sua zona de conforto e, portanto, por mais bacana que seja o lugar, você não terá as mesmas regalias de que está acostumado. E nós, brasileiros, de uma maneira geral, somos bem mal acostumados – temos jeitinho para tudo, recorremos à ajuda de mãe, pai e amigos com frequência e mimamos e protegemos os nossos filhos excessivamente, o que os tornam pouco colaborativos com as rotinas do dia-a-dia.

Então, vou aproveitar que estamos próximos da virada do ano e me despir de todos esses estereótipos, expectativas e saudosismos. Meu desejo é tão somente desejar e não ter grandes expectativas, apenas a vontade de ser feliz. Nem mais, nem menos do que já sou... Mas feliz.

Feliz Navidad y un año de grandes logros!

2 comentários:

  1. Estou certa de que vcs serão felizes na Argentina, como foram em Recife, em Brasilia, em Natal, no RIo de Janeiro...porque, afinal, a felicidade está dentro da gente e é a gente que carrega ela para lá e para cá. Decerto que ela irá na mudança! Boa sorte em país estrangeiro!

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  2. Irá sim! Em meio ao frio na barriga! rsrsrsrs

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