Desde o primeiro momento que soube da notícia de que iria
morar no exterior por dois anos, pensei mesmo em deixar tudo para trás e seguir
meu rumo. Minha ideia inicial era vender tudo! Dá uma de mochileiro, que
só leva o essencial para a sobrevivência. Mas ai, quando você olha para os móveis e objetos
que lhe são estimados, lembranças de viagens, herança de família, todos carregados de
história, você balança. Eu confesso, fui fraca!
Resolvi não vender tudo, tudo... Mas uma boa parte (dê uma
olhadinha no Bazar Pelos Aires).
Quem sabe não ache algo que esteja precisando...). Minha ideia de não levar nada a não ser
objetos muito pessoais se fortaleceu depois que fui informada do trabalho que é
para retirar sua mudança no exterior, no caso a Argentina. Contratar uma
empresa de confiança e que faça mudança internacional é só uma parte do
problema. A maioria delas não conta para você sobre a taxa da aduana que você
precisará pagar para retirar seus pertences do porto.
Uma amiga minha, a Dani, me alertou sobre esse pequeno e
caro detalhe. Ela própria desembolsou uma fortuna, quase uma outra mudança, porque ninguém a avisou da burocracia que
seria resgatar suas “coissitas”. Então, se você está longe de ser uma pessoa
elevada espiritualmente, desapegada do mundo material e não viveria feliz sem
estar cercada de seus estimados trecos, procure saber direitinho com a empresa de mudança se
todas as taxas aduaneiras estão incluídas, assim como carimbos, despachante,
etc, porque ninguém diz esse outro lado da moeda.
Vale salientar que, nem mesmo passando por essa via-crúcis,
existe a garantia de que seus problemas acabaram. Na Argentina greves são
constantes e, ao depender de qualquer serviço público, essas variantes precisam
ser observadas. A própria Dani ao finalmente
retirar sua mudança, me contou que o porto parou e suas demais colegas que não
tiveram a mesma sorte ficaram com seus pertences encalhados, a ver navios,
literalmente.
Sabendo de tudo isso, fiz uma seleção criteriosa do que eu
venderia (eletrônicos, eletrodomésticos, móveis sem utilidade) e o que eu
guardaria para meu retorno (louças, cristais, enfeites e móveis de estimação, aqueles que
você mandou fazer sob medida ou tem um design diferenciado e que dificilmente
achará outro semelhante). Para levar mesmo só documentos, roupas (as melhores) e
meu computador.
Aproveite e faça doações de roupas que você sabe que não
usará mais, de enxovais de cama, mesa e banho já surrados, mas que vão servir
ainda para alguém mais necessitado. É uma ótima oportunidade de você fazer as
pazes com suas medidas atuais e praticar o bem.
O que ficar, coloque num guarda-móveis ou alugue um box, que
foi o que eu fiz. Tem várias empresas que oferecem esse serviço self-service –
você leva a mudança até lá, guarda no box e leva a chave. O preço varia
conforme o tamanho do espaço alugado, mas pelos orçamentos que vi, sai mais em
conta que os depósitos das empresas de mudança, além de mais limpos.
Se vou sobreviver ou ter crises de abstinência longe das
minhas coisinhas, isso só quando eu estiver lá é que vou saber. Oremos.
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