quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Vendo tudo! Ou quase...

Desde o primeiro momento que soube da notícia de que iria morar no exterior por dois anos, pensei mesmo em deixar tudo para trás e seguir meu rumo. Minha ideia inicial era vender tudo! Dá uma de mochileiro, que só leva o essencial para a sobrevivência.  Mas ai, quando você olha para os móveis e objetos que lhe são estimados, lembranças de viagens, herança de família,  todos carregados de história, você balança. Eu confesso, fui fraca!

Resolvi não vender tudo, tudo... Mas uma boa parte (dê uma olhadinha no Bazar Pelos Aires). Quem sabe não ache algo que esteja precisando...).  Minha ideia de não levar nada a não ser objetos muito pessoais se fortaleceu depois que fui informada do trabalho que é para retirar sua mudança no exterior, no caso a Argentina. Contratar uma empresa de confiança e que faça mudança internacional é só uma parte do problema. A maioria delas não conta para você sobre a taxa da aduana que você precisará pagar para retirar seus pertences do porto.

Uma amiga minha, a Dani, me alertou sobre esse pequeno e caro detalhe. Ela própria desembolsou uma fortuna, quase uma outra mudança,  porque ninguém a avisou da burocracia que seria resgatar suas “coissitas”. Então, se você está longe de ser uma pessoa elevada espiritualmente, desapegada do mundo material e não viveria feliz sem estar cercada de seus estimados trecos, procure saber direitinho com a empresa de mudança se todas as taxas aduaneiras estão incluídas, assim como carimbos, despachante, etc, porque ninguém diz esse outro lado da moeda.

Vale salientar que, nem mesmo passando por essa via-crúcis, existe a garantia de que seus problemas acabaram. Na Argentina greves são constantes e, ao depender de qualquer serviço público, essas variantes precisam ser observadas.  A própria Dani ao finalmente retirar sua mudança, me contou que o porto parou e suas demais colegas que não tiveram a mesma sorte ficaram com seus pertences encalhados, a ver navios, literalmente.

Sabendo de tudo isso, fiz uma seleção criteriosa do que eu venderia (eletrônicos, eletrodomésticos, móveis sem utilidade) e o que eu guardaria para meu retorno (louças, cristais, enfeites e móveis de estimação, aqueles que você mandou fazer sob medida ou tem um design diferenciado e que dificilmente achará outro semelhante). Para levar mesmo só documentos, roupas (as melhores) e meu computador.

Aproveite e faça doações de roupas que você sabe que não usará mais, de enxovais de cama, mesa e banho já surrados, mas que vão servir ainda para alguém mais necessitado. É uma ótima oportunidade de você fazer as pazes com suas medidas atuais e praticar o bem. 

O que ficar, coloque num guarda-móveis ou alugue um box, que foi o que eu fiz. Tem várias empresas que oferecem esse serviço self-service – você leva a mudança até lá, guarda no box e leva a chave. O preço varia conforme o tamanho do espaço alugado, mas pelos orçamentos que vi, sai mais em conta que os depósitos das empresas de mudança, além de mais limpos.

Se vou sobreviver ou ter crises de abstinência longe das minhas coisinhas, isso só quando eu estiver lá é que vou saber.  Oremos.

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