
Já estive em Buenos Aires uma vez, a passeio. Gostei do pouco
que vi e experimentei. Mas de lá para cá já se foram três anos. A crise na
Argentina se agravou e tudo muda quando a viagem deixa de ser turismo e o que
está por vir também envolve o futuro de seus filhos. As opiniões sobre a cidade
têm sido contraditórias: já escutei que BAires continua linda e já ouvi dizer
que está suja e cheia de mendigos. Tem gente que achou caríssima e outras
acharam que para os brasileiros está valendo a pena. A unanimidade é que os
vinhos e as carnes continuam ótimos e que a velha rivalidade entre brasileiros
e argentinos também não mudou.
Brasileiro, de uma maneira geral, acha argentino prepotente,
grosseiro e outros adjetivos nada nobres. Não tem importância. A recíproca
parece ser semelhante. O problema é que esses preconceitos não podem contaminar
seu juízo de valor. É muito ruim chegar para uma nova vida cheia de defesas. E por favor, nada de comparações.
Como o ano de 2013 foi muito bom para mim e minha família, a
gente já entra no Ano Novo com o nível de exigência muito elevado, o que não é
bom. É preciso ter consciência que uma experiência no exterior significa sair
totalmente de sua zona de conforto e, portanto, por mais bacana que seja o
lugar, você não terá as mesmas regalias de que está acostumado. E nós,
brasileiros, de uma maneira geral, somos bem mal acostumados – temos jeitinho
para tudo, recorremos à ajuda de mãe, pai e amigos com frequência e mimamos e protegemos
os nossos filhos excessivamente, o que os tornam pouco colaborativos com as
rotinas do dia-a-dia.
Então, vou aproveitar que estamos próximos da virada do ano
e me despir de todos esses estereótipos, expectativas e saudosismos. Meu desejo
é tão somente desejar e não ter grandes expectativas, apenas a vontade de ser
feliz. Nem mais, nem menos do que já sou... Mas feliz.
Feliz Navidad y un año de grandes logros!