sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Lujan, Temaikén e Zoo de BAires: a vida selvagem na Argentina

Confesso que adoro um zoológico. Mesmo, algumas vezes, penalizada por estarem presos e não no seu habitat natural, adoro admirá-los, conhecer seus hábitos. É coisa que vem lá da minha infância, dos livros sobre curiosidades animais que meu pai me dava para ler e dos incansáveis passeios aos jardins zoológicos que íamos sempre, em todos os lugares que visitávamos. É, sou da época que circo tinha animal e que todo mundo queria ver o show do domador (céus! Éramos quase bárbaros!).

Zoo de Buenos Aires: fácil acesso 
Portanto, esteja onde estiver, se tem zoológico, eu vou conhecer. E a Argentina tem muitos, para todos os gostos. Em Buenos Aires há o zoológico da cidade, na Avenida El Libertador, em frente ao Monumento aos Espanhóis, que estende até a Plaza Itália, podendo ingressar pelos dois lados. É um bom passeio para as crianças, que podem dar ração aos veadinhos e afins. Tem quase todos os big fives – elefante, rinoceronte, leão, leopardo (não me lembro de ter visto o búfalo) – viveiros de aves e um aquário com shows de lobos marinhos, que você precisa pagar a parte se quiser ver.

É bacana, de uma maneira geral está bem cuidado, é central, facilzinho de ir, bem no coração de Palermo. No entanto não tem nada de muito diferente dos zoológicos espalhados por ai. Mas se está procurando por uma experiência única no mundo animal, vai ter que sair da cidade.

Lujan: cara a cara com as feras

Ataque à minha inocente bolsa
Ali mesmo, na Plaza Itália, você pode pegar o coletivo 57 que vai te levar até o Zoológico de Lujan. Ai, sim você estará no caminho certo para sua aventura. Se preferir um pouco mais de conforto, opte por uma das vans que saem do centro, perto do Obelisco. Nesse caso, tem que fazer uma reserva por telefone (02323-436304 ou 02323-430372). A viagem demora, mais ou menos, uma hora.

Não vou entrar em polêmicas protecionistas dos animais, mas o fato é que neste zoológico você terá a oportunidade de entrar nas jaulas dos bichos. E não estou falando dos veadinhos e afins inofensivos. Estou falando dos leões, filhotes e adultos, e dos tigres, o que inclui um lindo, todo branco!
Eu e meu irmão com o tigre branco

Agora, se eles são dopados para que fiquem tranquilos durante as visitas (há quem diga isso), eu já não sei. Se colocam algo naquela mamadeira que eles oferecem o tempo todo para os bichos, isso eu também não sei informar. O que vi e registrei é que os “gatinhos” estavam, em sua maioria, acordados, eram alimentados com frango ou carne, o tempo todo, e aceitavam a presença dos estranhos para uma foto.

Leões brincam com cachorros
Inclusive me espantou a presença de cachorros nas jaulas junto com os “bichanos selvagens” numa convivência muito pacifica. Um pitbull brincava animadamente com um filhote de tigre logo na entrada e numa jaula, com uns quatro tigres adultos, um vira-latas parecia ser o dono do pedaço! Foi o que me animou a entrar também!
A administração do zoológico diz que os animais passam por um longo processo de amansamento e, realmente, nem todas as jaulas estavam disponíveis para visitação e é preciso seguir algumas recomendações. As crianças são proibidas de entrar porque os felinos podem pensar que são aperitivos. Até o meu sobrinho que tem 14 anos que é alto, mas é magrinho, não pode entrar na jaula dos animais adultos, só na dos filhotes.

Você também não pode fazer movimentos bruscos, nem por a mão na região do pescoço e cabeça e nem se posicionar na frente do animal para ser fotografado.

Os tratadores estão o tempo todo orientando o que pode ou não fazer e disciplinando a entrada do pessoa — três por vez. Mesmo assim isso não impediu que um filhote de tigre mais hiperativo atacasse a minha bolsa que ficou pendurada na entrada de uma das jaulas. Com um pulo e uma patada, a bolsa foi jogada no chão e se a tratadora não espanta o bichano, acho que ela não teria sobrevivido. Uma lhama mal educada perseguiu e cuspiu em mim. Senti algo pessoal.

O grande lance do Zoo de Lujan é isso: poder pegar e sentir os bichos e, se tiver azar, ser pegos por eles (espero sinceramente que não). Então, se você for daquelas pessoas que na minha terra a gente chama de “encagaçada”, não perca a viagem.
Fábio, meu filho, enfrentou os leões

O zoológico não é visualmente bonito e se o dia estiver chuvoso, desista, porque tudo vira um lamaçal. Lá dentro não há muitas opções de almoço. Só há um restaurante, com uma churrasqueira. O melhor é ir cedo, levar um lanche, passar toda a manhã no zoo e a tarde ir ao centro de Lujan, almoçar e aproveitar para conhecer a Basílica de Nossa Senhora de Lujan, padroeira da Argentina. A imagem da Santa, inclusive, é brasileira – foi feita em São Paulo.

Bioparque Temaikén

Mas voltando aos bichos, um outro programa imperdível é ir ao Temaikén, principalmente para a criançada e os adultos que não cresceram como eu. Reserve mais um dia de passeio porque o lugar é longe de Buenos Aires, fica em Escobar, e é grande. Você também pega o coletivo na Plaza Itália para ir até lá. Pode pegar o expresso e um semi-expresso. Peguei os dois e a única diferença que achei foi o preço porque o tempo foi de uma hora e meia, um pouco mais, um pouco menos.

Teimaikén é um bioparque e o diferencial dele é a beleza do espaço, muito bem cuidado, com boas praças de alimentação e conforto. O parque tem ambientações variadas para recriar o habitat natural dos bichos e é um convite à contemplação das espécies. Os viveiros são enormes e você entra para observar tucanos, araras e uma infinidade enorme de aves de pertinho, como se elas estivessem livres. O mesmo ocorre no espaço dos cangurus australianos, entre outros.

Os animais têm bastante espaço para reproduzirem os mesmos movimentos que fazem quando estão soltos na natureza. O parque também oferece atividades variadas em diferentes dias e horário, como por exemplo, a oportunidade de ver os tratadores alimentando os animais ou ainda fazendo demonstrações, jogos e palestras.
Apresentação das aves de rapina com participação do público

Os aquários são realmente uma atração a parte. Dá pra ver, por exemplo, o hipopótamo nadando e o quanto ele é enooooorme porque ele chega pertinho do vidro. Todos os sábados, das 14h45 a até às 15h45 mergulhadores entram em ação no aquário, que dá uma visão ampla do fundo do mar, de 180 graus. Eles alimentam tubarões e analisam o comportamento das espécies. Também é possível entrar no aquário e participar dessa atividade, pagando um valor adicional.
Shark Attack 

Se a visita é curta, fica até difícil de dizer o que abrir mão porque Lujan e Teimakén oferecem propostas tão diferentes que eu fico com os dois, apesar de achar o Temaikén muito mais bonito, aprazível e, digamos, “politicamente correto”. Mas em quantos lugares no mundo você poderia estar tão perto de um leão, sem o risco de cair na malha fina? Fica ai a dúvida da escolha para vocês.

É possível mergulhar no aquário!


5 comentários:

  1. Ahhh, quero ir com os meninos no Bioparque Temaikén! Doida para voltar a BsAs...Beijos!

    ResponderExcluir
  2. Bom dia Martha por acaso localizei sua postagem, concordo com você (e também tenho o hábito de visitar Zoos de criança), estive esta semana nos três Zoos que citou, cada um com sua particularidade, de novidade é que no de Palermo tem um casal de leão branco e um raríssimo Leopardo das Neves (acho que é o mesmo de quando estivem lá a primeira vez em 2004), os tigres brancos de Lujan estão lindissímos, parabéns pela postagem, abraço Guilherme.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada pela contribuição, Guilherme! Um grande abraço para vc também!

      Excluir
  3. amiga, quando estive aí há uns dois anos, fui a Lujan e... amei!! concordo com tudo q vc disse.

    ResponderExcluir