Vista do Passeo de Los Três Ombués |
Catedral deu origem à cidade |
San Isidro é uma cidade lindinha que faz parte da Grande Buenos Aires. Sua história está intimamente relacionada à Catedral de San Isidro. O desenvolvimento da cidade só se deu porque o Capitão Domingo de Acassuso, proprietário desse belo pedaço de terra doado por Juan de Garay, recebeu em 1706 a autorização para transformar a capela de sua fazenda em um templo público. Foi entorno do templo que começou a se formar um povoado, dando origem a cidade, que entre os séculos XVIII e XIX viria a se tornar o refúgio de veraneio das famílias endinheiradas de Buenos Aires.
A tal capela é hoje a belíssima catedral. Construída 1895 e reformada recentemente, o templo exibe uma arquitetura neogótica, que te obriga a contemplá-la olhando para o céu, como para lhe lembrar da existência divina. É considerada uma das igrejas mais bonitas da Argentina e ostenta lindos vitrais franceses e alemães que filtram luzes coloridas para dentro da nave central.
O melhor pancho da redondeza
Para uma boquinha, vá ao La Pancha |
Pacho com queijo Brie |
A cidade oferece uma infinidade de cafés, restaurantes, mas foi lá que comi um dos melhores cachorros-quentes de minha vida. O La Pancha tem salsichas alemãs e austríacas (as da Argentina não são saborosas), e com molhos e acompanhamentos maravilhosos, como queijo Brie e cebolas carameladas. O tradicional Choripan (o cachorro-quente de chorizo) vem com um molho de pimenta doce.
O lugarzinho é pequeno, limpo com um serviço simpático e ainda com uma ótima música de fundo. Parece que você se tele transportou para uma lanchonete alemã descoladinha. O melhor de tudo é que come-se bem e paga-se pouco.
Hóspede de Victória O’Campo
La Porteña |
Jardim do Museo Beccar |
Mas o imperdível é a mansão da Villa O’Campo, construída em 1891. O casarão que é mantido pela Unesco é esplendoroso por sua história, arquitetura e jardins. O lugar foi a casa de veraneio da família O’Campo e posteriormente (1942) residência de Victoria O’Campo, que a herdou da madrinha - a tia Pancha (já não se fazem mais madrinhas assim...). Intelectual, tradutora, escritora e sempre a frente do seu tempo, Victoria foi a primeira mulher a ter carteira motorista na Argentina e teve a coragem de, naquela época (1920), se separar do marido e viver uma relação secreta -- mas nem tanto -- com o primo dele, que durou 13 anos.
Reduto de pensadores reconhecidos mundialmente, a Villa guarda objetos e móveis originais, inclusive um piano utilizado por Stravinsky, quando esteve na casa como hóspede de Victoria, cadeiras de Le Corbusie, seu amigo, e peças incríveis, moderníssimas, misturadas a móveis de época. Ela passou dois anos na França em lua-de-mel, comprando móveis - presente de tia Pancha.
A mansão recebeu ainda personalidades como Indira Gandhi, Tagore, Roger Caillois, Pablo Neruda e inúmeros outros.
Temos o mesmo gosto só não tive a mesma madrinha |
E foi assim que já posso dizer que fui hóspede da Victoria O’Campo por uma tarde.
Os óculos que viraram sua marca registrada |
Que tarde memorável passamos... precisamos voltar para tomar aquele chá da tarde!
ResponderExcluirPara quem ainda não conhece, vai a dica - VALE MUITO A PENA!
curti
ResponderExcluirObrigada!
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